sábado, 26 de setembro de 2015

Transporte Rodoviário

Após apresentarmos os tipos de modais anteriormente, agora iremos nos aprofundar  um pouco mais sobre os mais utilizados no Brasil.

TRANSPORTE TERRESTRE

Para começarmos, vamos conceituar o que significa transporte terrestre.
Para Keedi (2010), transporte terrestre é aquele praticado por estradas de rodagem e por vias térreas, respectivamente transporte rodoviário e transporte ferroviário.
Esses dois modos de transporte podem ocorrer tanto no mesmo país como entre mais países (nacional ou internacional).

Transporte Rodoviário
Características

De acordo com Rodrigues (2010), observa-se as seguintes características no transporte rodoviário.
  • É um dos transportes mais simples e eficientes.
  • Para distâncias superiores a 500 Km torna-se antieconômico pelo elevado custo de consumo energético.
  • Devido sua elevada flexibilidade é o modal indicado para a distribuição urbana, além das inevitáveis conexões com os demais modais.

Para Keedi (2010), as características do transporte rodoviário são:

  • Não se atém a trajetos fixos, podendo transitar por diversos lugares e percursos.
  • Operação simples e prática em que sua reserva pode ser feita de forma direta com o transportador.
  • Pode transportar praticamente qualquer tipo de carga, tendo como limitação o tamanho de ambos (veículo e carga).
  •  Não considerado adequado para o transporte de mercadorias de baixo valor agregado como as commodities.
  • Reboques ou semirreboques podem transformar-se em vagões ferroviários, os chamados roadrailer ou transtrailer.
  • Apresenta hoje grandes problemas em relação à segurança da carga e em alguns casos exige gastos adicionais com gerenciamento de riscos.
Frete

Para Keedi (2010), o frete no transporte rodoviário:
  •  É estabelecido para coleta da carga no ponto de embarque até a entrega em seu destino final.
  • Pode haver uma cobrança adicional (ad valorem) relativa ao seguro da mercadoria e gerenciamento de risco.
  • É baseado na capacidade de transporte do veículo quanto a peso e volume. É cotado na base de uma tonelada igual a 3,3 metros cúbicos no mercado interno, no mercado internacional por volta de uma tonelada igual a 3 metros cúbicos.

Veículos Rodoviários

Segundo Keedi (2010) esse modo de transporte é feito por caminhão, carreta, treminhão e bitrem.

Caminhão: formado por um bloco, com a cabine e sua carroceria colocadas sobre um chassi.


Carreta: veículo composto por duas partes, a primeira é a cabine com todos os equipamentos de tração, denominados cavalo mecânico, e a segunda é o semirreboque, que é arrastado.


Bitrem: veículo com duas ou três partes que pode ser derivado do caminhão ou de uma carreta, no qual é adicionado um reboque ou semirreboque, respectivamente.


Treminhão: unidade formada por três partes a partir da carreta, à qual é adicionado um reboque.


Segundo Rodrigues (2010), os principais equipamentos rodoviários são:

Caminhão plataforma: transporte de contêineres e carga de grande volume ou peso unitário.


Caminhão tremonha ou basculante: transporte de cargas a granel, descarregado por gravidade pela basculação da caçamba.


Caminhão aberto: para transporte de mercadorias não perecíveis e pequenos volumes. Em caso de chuva são cobertos com encerados.


Caminhão refrigerado: para transporte de gêneros perecíveis. Possui mecanismos próprios para a refrigeração e manutenção da temperatura no compartimento de cargas.


Caminhão tanque: destinado ao transporte de derivados de petróleo e outros líquidos a granel.


Caminhão graneleiro ou silo: para o transporte de granéis sólidos. Descarrega por gravidade, através de portinholas que se abrem.


Caminhões especiais: para o transporte de carga pesada (carreta heavy lif). Podem possuir guindaste sobre a carroceria (munk) e ser projetados para o transporte de automóveis (cegonhas).



Vantagens e Desvantagens

Rodrigues (2010) destaca as vantagens e desvantagens do transporte rodoviário.

Vantagens
  • Maior disponibilidade de vias de acesso.
  • Possibilita o serviço fracionado porta a porta, integrando regiões de difícil acesso.
  •  Embarques e partidas com mais rapidez, favorecendo entregas rápidas a curta distância.
  • Favorece os embarques de pequenos lotes.
  • Facilidade de substituir o veículo em caso de quebra ou acidente.
  • Maior rapidez na entrega.

Desvantagens
  • Maior custo operacional e menor capacidade de carga.
  • Provoca congestionamentos nas estradas.
  • Desgasta prematuramente a infra estrutura da malha rodoviária.

Principais Malhas Rodoviárias

Rodrigues (2010) destaca as principais malhas rodoviárias:
Malha Rodoviária Brasileira.
Rodovias federais consideradas de integração nacional.
  • BR-101: cobre o litoral brasileiro de Osório (RS) a Natal (RN).
  • BR-116: Começa em Jaguarão, fronteira com o Uruguai, terminando na cidade Russas (CE).
  • BR-153: inicia-se na cidade de Aceguá, fronteira com o Uruguai, terminando em Marabá (PA).

Rodovias federais de caráter regional
  • Região Norte: BR-174, ligando Manaus a Boa Vista.
  • Região Nordeste: BR-407, ligando a cidade de Rui Barbosa (BA) a Parnaíba (PI).
  •  Região Centro-Oeste: BR-070, ligando Brasília (DF) a Cuiabá (MT).
  • Regiões Sudeste e Sul: são totalmente cobertas por rodovias federais e estaduais, interligando praticamente todas as microrregiões.

Infraestrutura

Conforme Rodrigues (2010), o transporte rodoviário do Brasil começou com a construção, em 1929, da Rodovia Rio-São Paulo, a única pavimentada até 1940 e até o início da década de 50 as rodovias existentes no país eram muito precárias. A partir do governo de Juscelino e a construção de Brasília houve um crescimento de demanda pelo transporte rodoviário. Então ocorreu um aumento das estradas ao longo do território nacional quando rodovia passou a ser encarada como modernidade.
Ainda de acordo com o autor, a Pesquisa Rodoviária CNT – 2006 revelou que apenas 25% das rodovias encontravam-se em bom estado, comprometendo a segurança do transporte de cargas por essas vias no país.
Conforme a revista Anuário Exame Infraestrutura 2012-2013, o Brasil tem uma malha
rodoviária de 1,7 milhões de quilômetros, dos quais apenas 13% são pavimentados.











Anuário Exame Infraestrutura 2012-2013. Setores Transportes, Rodovias. São Paulo: Abril,outubro, 2012. 
KEEDI, Samir. Transportes, Unitização e Seguros Internacionais de Carga. São Paulo: Aduaneiras,2010. 
RODRIGUES, Paulo Roberto Ambrósio. Introdução ao sistema de transporte: no Brasil e à logística internacional. 3. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2010.











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