TRANSPORTE TERRESTRE
Para começarmos, vamos conceituar o que significa transporte terrestre.
Para Keedi (2010), transporte terrestre é aquele praticado por estradas de rodagem e por vias térreas, respectivamente transporte rodoviário e transporte ferroviário.
Para Keedi (2010), transporte terrestre é aquele praticado por estradas de rodagem e por vias térreas, respectivamente transporte rodoviário e transporte ferroviário.
Esses dois modos de transporte podem ocorrer tanto no mesmo país como entre mais países (nacional ou internacional).
Transporte Rodoviário
Características
De acordo com Rodrigues (2010), observa-se as seguintes características no transporte rodoviário.
- É um dos transportes mais simples e eficientes.
- Para distâncias superiores a 500 Km torna-se antieconômico pelo elevado custo de consumo energético.
- Devido sua elevada flexibilidade é o modal indicado para a distribuição urbana, além das inevitáveis conexões com os demais modais.
Para Keedi (2010), as características do transporte rodoviário são:
- Não se atém a trajetos fixos, podendo transitar por diversos lugares e percursos.
- Operação simples e prática em que sua reserva pode ser feita de forma direta com o transportador.
- Pode transportar praticamente qualquer tipo de carga, tendo como limitação o tamanho de ambos (veículo e carga).
- Não considerado adequado para o transporte de mercadorias de baixo valor agregado como as commodities.
- Reboques ou semirreboques podem transformar-se em vagões ferroviários, os chamados roadrailer ou transtrailer.
- Apresenta hoje grandes problemas em relação à segurança da carga e em alguns casos exige gastos adicionais com gerenciamento de riscos.
Frete
Para Keedi (2010), o frete no transporte rodoviário:
- É estabelecido para coleta da carga no ponto de embarque até a entrega em seu destino final.
- Pode haver uma cobrança adicional (ad valorem) relativa ao seguro da mercadoria e gerenciamento de risco.
- É baseado na capacidade de transporte do veículo quanto a peso e volume. É cotado na base de uma tonelada igual a 3,3 metros cúbicos no mercado interno, no mercado internacional por volta de uma tonelada igual a 3 metros cúbicos.
Veículos Rodoviários
Segundo Keedi (2010) esse modo de transporte é feito por caminhão, carreta, treminhão e bitrem.
Caminhão: formado por um bloco, com a cabine e sua carroceria colocadas sobre um chassi.
Carreta: veículo composto por duas partes, a primeira é a cabine com todos os equipamentos de tração, denominados cavalo mecânico, e a segunda é o semirreboque, que é arrastado.
Bitrem: veículo com duas ou três partes que pode ser derivado do caminhão ou de uma carreta, no qual é adicionado um reboque ou semirreboque, respectivamente.
Treminhão: unidade formada por três partes a partir da carreta, à qual é adicionado um reboque.
Segundo Rodrigues (2010), os principais equipamentos rodoviários são:
Caminhão plataforma: transporte de contêineres e carga de grande volume ou peso unitário.
Caminhão tremonha ou basculante: transporte de cargas a granel, descarregado por gravidade pela basculação da caçamba.
Caminhão aberto: para transporte de mercadorias não perecíveis e pequenos volumes. Em caso de chuva são cobertos com encerados.
Caminhão refrigerado: para transporte de gêneros perecíveis. Possui mecanismos próprios para a refrigeração e manutenção da temperatura no compartimento de cargas.
Caminhão tanque: destinado ao transporte de derivados de petróleo e outros líquidos a granel.
Caminhão graneleiro ou silo: para o transporte de granéis sólidos. Descarrega por gravidade, através de portinholas que se abrem.
Caminhões especiais: para o transporte de carga pesada (carreta heavy lif). Podem possuir guindaste sobre a carroceria (munk) e ser projetados para o transporte de automóveis (cegonhas).
Vantagens e Desvantagens
Rodrigues (2010) destaca as vantagens e desvantagens do transporte rodoviário.
Vantagens
- Maior disponibilidade de vias de acesso.
- Possibilita o serviço fracionado porta a porta, integrando regiões de difícil acesso.
- Embarques e partidas com mais rapidez, favorecendo entregas rápidas a curta distância.
- Favorece os embarques de pequenos lotes.
- Facilidade de substituir o veículo em caso de quebra ou acidente.
- Maior rapidez na entrega.
Desvantagens
- Maior custo operacional e menor capacidade de carga.
- Provoca congestionamentos nas estradas.
- Desgasta prematuramente a infra estrutura da malha rodoviária.
Principais Malhas Rodoviárias
Rodrigues (2010) destaca as principais malhas rodoviárias:
Malha Rodoviária Brasileira.
Rodovias federais consideradas de integração nacional.
- BR-101: cobre o litoral brasileiro de Osório (RS) a Natal (RN).
- BR-116: Começa em Jaguarão, fronteira com o Uruguai, terminando na cidade Russas (CE).
- BR-153: inicia-se na cidade de Aceguá, fronteira com o Uruguai, terminando em Marabá (PA).
Rodovias federais de caráter regional
- Região Norte: BR-174, ligando Manaus a Boa Vista.
- Região Nordeste: BR-407, ligando a cidade de Rui Barbosa (BA) a Parnaíba (PI).
- Região Centro-Oeste: BR-070, ligando Brasília (DF) a Cuiabá (MT).
- Regiões Sudeste e Sul: são totalmente cobertas por rodovias federais e estaduais, interligando praticamente todas as microrregiões.
Infraestrutura
Conforme Rodrigues (2010), o transporte rodoviário do Brasil começou com a construção, em 1929, da Rodovia Rio-São Paulo, a única pavimentada até 1940 e até o início da década de 50 as rodovias existentes no país eram muito precárias. A partir do governo de Juscelino e a construção de Brasília houve um crescimento de demanda pelo transporte rodoviário. Então ocorreu um aumento das estradas ao longo do território nacional quando rodovia passou a ser encarada como modernidade.
Ainda de acordo com o autor, a Pesquisa Rodoviária CNT – 2006 revelou que apenas 25% das rodovias encontravam-se em bom estado, comprometendo a segurança do transporte de cargas por essas vias no país.
Conforme a revista Anuário Exame Infraestrutura 2012-2013, o Brasil tem uma malha
rodoviária de 1,7 milhões de quilômetros, dos quais apenas 13% são pavimentados.
Anuário Exame Infraestrutura 2012-2013. Setores Transportes, Rodovias. São Paulo: Abril,outubro, 2012.
KEEDI, Samir. Transportes, Unitização e Seguros Internacionais de Carga. São Paulo: Aduaneiras,2010.
RODRIGUES, Paulo Roberto Ambrósio. Introdução ao sistema de transporte: no Brasil e à logística internacional. 3. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2010.
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