Um sistema de transportes é
constituído pelo modo (via de transporte), pela forma (relacionamento entre os
vários modos de transporte), pelo meio (elemento transportador), e pelas
instalações complementares (terminais de carga). Como em qualquer outra
atividade humana, o estudo do transporte envolve o conhecimento de sua
terminologia, que lhe é peculiar.[1]
A palavra “transporte” vem do
latim trans (de um lado a outro) e portare (carregar). Podemos dizer que, em
síntese, transporte é o movimento de pessoas ou coisas de um lugar para outro.
Os transportes podem se distinguir pela possessão, onde o transporte público é
destinado a qualquer pessoa e o privado é restringido somente a quem os
adquiriu.[2]
Os transportes contêm três
elementos: infraestrutura, veículos e operações comerciais. Infraestrutura é a
malha de transporte: rodoviária, férrea, aérea, fluvial, tubular, etc. Os
veículos são automóveis, bicicletas, ônibus, trens, navios e aeronaves, que
utilizam essa malha. As operações são as formas como esses veículos utilizam a
rede, como leis, diretrizes, códigos, etc.
Estatística dos
tipos de transportes no Brasil (1999):
1º Rodoviário – 61,82%
2º Ferroviário – 19,46%
3º Aquaviário –
13,83%
4º Dutoviário – 4,58%
5º Aéreo – 0,31%
Matriz de transportes do Brasil e do
Estado de São Paulo demonstra um desequilíbrio entre os diferentes modais, o
que aponta para a necessidade de readequações para que se promova maior
competitividade e um desenvolvimento econômico sustentável. [3]
Modal Brasil (%)* São
Paulo (%)**
Rodoviário 59,0 93,1
Ferroviário 24,0 5,3
Aquaviário 13,0 0,5
Aeroviário 0,3 0,3
Dutoviário 3,7 0,8
*Fonte: Ministério dos Transportes
(2006)
**Fonte: Secretaria de Transportes do
Estado (2000)
OS MODAIS DE TRANSPORTES E SUAS
CARACTERÍSTICAS.
O marketing moderno considera a
distribuição uma das fases mais críticas dos negócios. Dela depende parte
importante da qualidade percebida pelo cliente, isto é, o que ele sente ao
comparar sua satisfação com suas expectativas. Confiabilidade de entrega é
fruto do recebimento da mercadoria no prazo correto, com embalagem correta, sem
danos causados pelo transporte e erros no faturamento, e com o suporte de um
serviço de atendimento ao cliente que resolva seus problemas com presteza e
urbanidade, estes são eficazes instrumentos no chamado marketing de
relacionamento.[4]
Distribuição
A distribuição começa na fabrica
do fornecedor e termina nas mãos do cliente final. Como os bens estão em
constante movimento nesse ínterim, devemos identificar em cada estagio como
eles se movimentam (o modal de transporte) e quem faz a movimentação (o
operador de transporte). A distribuição física representa um custo
significativo para a maioria dos negócios, impactando diretamente na
competitividade, de acordo com sua velocidade, confiabilidade e
controlabilidade (capacidade de rastreamento e ação), ao entregar aos
consumidores dentro do prazo.
Mas, qual o melhor modal?
Transporte rodoviário, aéreo, marítimo, ferroviário? Para cada rota há uma
possibilidade de escolha, que deve ser feita mediante uma analise profunda de
custos, muito além de uma simples análise do custo baseada em peso por
quilometragem (Kg/Km). Para cada ligação no canal logístico, cada modo
apresenta vantagens particulares.
Administrar
o transporte significa tomar decisões sobre um amplo conjunto de aspectos.
Essas decisões podem ser classificadas em dois grandes grupos: Decisões
estratégicas e Decisões operacionais. As decisões estratégicas se caracterizam
pelos impactos de longo prazo e se referem basicamente a aspectos estruturais.
As decisões operacionais são geralmente de curto prazo e se referem às tarefas
do dia a dia. São basicamente quatro as principais decisões estratégicas no
transporte:
- Escolha de Modais;
- Decisões sobre propriedade da frota;
- Seleção e negociação com transportadores;
- Política de consolidação de cargas.
Principais decisões em curto prazo:
- Planejamento de embarques;
- Programação de veículos;
- Roteirizarão;
- Auditoria de fretes;
- Gerenciamento de avarias.
SELEÇÃO
DA MODALIDADE DE TRANSPORTE:
RODOVIÁRIO
O transporte rodoviário apresenta baixo custo
inicial de implantação, exigindo apenas a construção do leito, uma vez que os
veículos pertencem a terceiros. Trata-se do sistema de transporte mais
utilizado no país, apesar de registrar elevado custo operacional e excessivo
consumo de óleo diesel. Possui grande flexibilidade operacional, permitindo
acessos a pontos isolados. Apresenta grande competitividade para o transporte
de cargas dispersas, isto é, não concentradas na origem ou no destino e o de
curtas distâncias, onde seu maior custo operacional é compensado pela
eliminação de transbordo. O transporte rodoviário na América do Sul é regido
pelo Convênio sobre Transporte Internacional Terrestre entre Brasil, Argentina,
Bolívia, Chile, Paraguai, Uruguai e Peru, firmado em Santiago do Chile, 1989.
Esse convênio regulamenta os direitos e obrigações no tráfego regular de
caminhões em viagens entre os países consignatários (MDCI 2002). No Brasil
algumas rodovias ainda apresentam estado de conservação ruim, aumentando os
custos com manutenção dos veículos. Além disso, a frota é antiga e sujeita a roubo
de cargas.
FERROVIÁRIO
O transporte ferroviário possui um custo de
implantação elevado, não apenas pela exigência de leitos mais elaborados, como
também pela aquisição simultânea do material rodante, constituído de
locomotivas e vagões. Apresenta baixo custo operacional e pequeno consumo de
óleo diesel, em relação ao transporte rodoviário. Não apresenta grande
flexibilidade, operando através de pontos fixos, caracterizados por estações e
pátios de carga, sendo muito competitivo no transporte de cargas com origem e
destinos fixos e para longas distâncias, onde os transbordos realizados na
origem e no destino são compensados pelo menor custo do transporte. O
transporte ferroviário na América do Sul também é regido pelo Convênio sobre
Transporte Internacional. O transporte ferroviário é adequado para o transporte
de mercadorias agrícolas, derivados de petróleo, minérios de ferro, produtos
siderúrgicos, fertilizantes, entre outros.
DUTOVIÁRIO
O transporte dutoviário é feito através de tubos
(dutos), baseando se na diferença de pressão. Sua utilização privilegia
materiais fluidos, tal como gases, líquidos e sólidos granulares. O sistema
apresenta elevado custo de implantação e baixo custo operacional. Possui
pequena flexibilidade, operando apenas entre pontos fixos, que são as estações
de bombeamento e recalque. No entanto, o transporte dutoviário registra muita
competitividade para o transporte em alta velocidade de grandes quantidades de
fluidos.
AQUAVIÁRIO
O transporte marítimo apresenta baixo custo de
implantação e de operação. Apesar de limitado às zonas costeiras, registra
grande competitividade para longas distâncias. Necessita de transporte
complementar, o que pode torná-lo inadequado para algumas rotas. O transporte
marítimo é o modal mais utilizado no comércio internacional. Possibilidade de
navegação interior através de rios e lagos.
AEROVIÁRIO
O transporte aeroviário apresenta baixo custo de
instalação e elevado custo operacional. Registra grande flexibilidade e permite
o acesso a pontos isolados do país, com alta velocidade operacional. É o meio
ideal para o transporte de mercadorias de grande valor e de materiais
perecíveis em situações excepcionais. Algumas dessas situações são catástrofes,
guerras e epidemias. Devido a seu elevado custo operacional, o transporte aéreo
não é apresentado como alternativa, limitando-se sua utilização a casos
específicos. É o transporte adequado para mercadorias de alto valor agregado,
pequenos volumes ou com urgência na entrega.
[1] Rodrigues,
Paulo Roberto Ambrosio. Introdução aos sistema de transporte do Brasil e à
logística internacional. 4ª Edição, revisão e ampliação. São Paulo: Aduaneiras,
2007.
[4] http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/modais-de-transportes/38696/
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