sábado, 26 de setembro de 2015

Transporte Ferroviário

Dando continuidade ao modal de transporte terrestre, como vimos na última postagem, agora iremos falar sobre o modal ferroviário.

Transporte Ferroviário
Características
  • Locomoção: Da mesma forma que o transporte rodoviário utiliza veículos que se locomovem através de rodas, também o transporte ferroviário tem essa característica, mas aqui tanto as rodas quanto a superfície de rolamento são de ferro. Conforme Keedi (2010), algumas características do transporte ferroviário são:Via permanente, com uma superestrutura composta por trilhos e fixações dormentes, lastro e sub-lastro.
*Lastro: camada de material granular, com espessura aproximada de 20 a 30 cm, sobre a qual se assentam os trilhos e dormentes.
*Sub-Lastro: camada de reforço do lastro, de cerda de 15 cm, que fica por baixo.
  • Infraestrutura é composta de obras de terraplanagem, túneis, pontes, viadutos, etc.
  • Os veículos ferroviários podem ser de tração (locomotivas) ou rebocáveis (vagões de carga).

  • Bitola: De acordo com a Secretaria de Estado de Transportes (2012) bitola é a largura determinada pela distância entre as faces interiores das cabeças de dois trilhos em uma via férrea. As ferrovias em todo o mundo adotam várias medidas de bitola, sendo a mais usada a de 1,435 m (bitola padrão ou internacional). No Brasil a bitola mais comum é a bitola de 1 m (métrica), mas também existe grande quantidade de ferrovias com a bitola larga que mede 1,6 m. Para Keedi (2010) devido as diferenças de medidas existentes, a malha ferroviária brasileira a malha ferroviária brasileira apresenta um sério problema de bitolas, pois entre os países com fazemos fronteiras, e mesmo internamente, existem variações desde a estreita até a bitola larga.


Vantagens e Desvantagens

Rodrigues (2010) enumera as vantagens e desvantagens do transporte ferroviário.

Vantagens
  • Capacidade de transportar grandes lotes de mercadorias.
  • Terminais privados juntos às unidades produtoras.
  • Baixo consumo energético
  • Adaptação ferro-rodoviário rodo-trilho ou Road-Railler.
  • Provê estoques em trânsito

Desvantagens
  • Tempo de viagem demorado.
  • Custo elevado quando há necessidade de transbordo.
  • Depende da disponibilidade de material rodante.
  • Baixa flexibilidade de rotas.
  • Alta exposição a furtos.

Locomotivas

De acordo com a Associação Nacional dos Transportes ferroviários, as locomotivas são classificadas em: 
  • Locomotivas a vapor: utilizam o vapor sob pressão para acionar os êmbolos que transmitem o movimento por puxavantes e braçagens às rodas.


  • Locomotivas elétricas: de uma forma geral, captam a energia da rede aérea por um pantógrafo ou do terceiro trilho por uma sapata lateral e através de equipamentos de controle alimenta os motores de tração, localizados nos truques.
  • Locomotivas elétricas - diesel: nessas locomotivas o motor diesel aciona um gerador que produz a energia elétrica destinada aos motores de tração, localizados nos truques e acoplados às rodas motrizes por engrenagens.

Vagões

De acordo com Keedi (2010), os vagões são, basicamente, construídos em aço, embora algumas vezes possa ser utilizado o alumínio e quanto aos tipos, há uma grande diversidade.




Malha Rodoviária

De acordo com Keedi (2010), a primeira estrada de ferro do Brasil iniciou suas atividades em 1854, com uma extensão de 14,5 km e no final de 1920 o país possuía uma extensão ferroviária de 28.553 quilômetros.
A malha ferroviária brasileira, segundo Rodrigues (2010), é formada, basicamente, pelas seguintes empresas:

  • Consórcio Brasil Ferrovias: Resultante da fusão, administração e operação conjunta das seguintes ferrovias, com vistas à obtenção de maior economia de escala.
  • Ferrovia Bandeirante: Ferroban. Privatizada em 1998 por um grupo liderado pela Previ (Banco do Brasil) e pelo Banco Chase Manhattan, essa ferrovia opera 4.235 km de linhas, sendo 1.513 km em bitola larga, 2.566 km em bitola métrica e 290 km em bitola mista, além de 901 km em linhas acessórias.
  • Ferrovia Novoeste: Privatizada em meados de 1996, opera uma linha tronco ligando Bauru a Corumbá e um ramal de Campo Grande até Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, totalizando 1.626 km em bitola métrica.
  • Estrada de Ferro Vitória-Minas: EFVM. Construída no século XIX por ingleses, na década de 40 foi incorporada à Companhia Vale do Rio Doce – CVRD, com 905 km de extensão em bitola métrica. Liga Minas Gerais ao complexo portuário de Tubarão (ES).
  • Ferrovia Centro-Atlântico: FCA. Privatizada em 1996, opera 6.920 km em bitola métrica e 160 km em bitola mista.
  • Ferrovia do Nordeste: CFN. Privatizada no final de 1997 por um consórcio liderado pela CSN e Companhia Vale do Rio Doce, opera 4.238 km em bitola métrica.
  • Ferrovia Norte-Sul: FNS. Com uma extensão total projetada de 1.550 km em bitola larga, prevista para escoar a produção pecuária e agro-industrial do cerrado setentrional.
  • Estrada de Ferro Amapá: EFA. A Mineração Icomi detém desde 1953 a concessão para construção e exploração de uma estrada de ferro ligando as jazidas de manganês xistentes na serra do Navio ao porto de Santana (AP), em um traçado de 194 km em bitola de 1,435.

Preços das Cargas Ferroviárias 

De acordo com Keedi (2010), os preços do transporte ferroviário possuem as seguintes características.

  • Custo do frete é estabelecido apenas entre as estações, ficando os custos de sua entrega e retirada para o embarcador.
  • Conhecimento de Carga e de Trânsito e de carga TIF/DTA é o documento de transporte no modo ferroviário. Significa um contrato de transporte de carga entre o transportador e o embarcador, tendo também as funções de recibo da carga entregue.














Anuário Exame Infraestrutura 2012-2013. Setores Transportes, Rodovias. São Paulo: Abril,outubro, 2012. 
KEEDI, Samir. Transportes, Unitização e Seguros Internacionais de Carga. São Paulo: Aduaneiras,2010. 
RODRIGUES, Paulo Roberto Ambrósio. Introdução ao sistema de transporte: no Brasil e à logística internacional. 3. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2010.
Imagens: Google












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